“A DOR e o LUTO” Como superar.

“A DOR e o LUTO” Como superar.

                        “A DOR e o LUTO”

   Como sobreviver diante da perda em tempos de tragédias

 

Qual o significado do luto?

           Antes de dar início tenho que falar que este é um tema tão delicado e amplo que nos convida inevitavelmente a acompanhar a dor de pacientes e foi para atender aos inúmeros pedidos que resolvi escrever de forma simplificada sobre este tema. “O luto é um processo de violenta dor, com uma dimensão incomparável. Não existe na existência do ser humano nenhum momento que seja pior e mais doloroso do que o luto.”

Como os dicionários definem o luto

De acordo com o dicionário Oxford, o termo luto significa “a expressão de tristeza, ou pesar, pela morte de alguém”. A palavra em português tem origem no termo em latim “luctu“, que também era usada para representar a dor e tristeza pela perda de algo ou alguém.

          Sendo assim, o luto está relacionado aos sentimentos de extrema tristeza, angústia e saudades provocadas pela perda de alguma coisa ou alguém importante.  Vale salientar que, não necessariamente o luto está ligado a morte. Existem outros lutos exemplo: O fim de um casamento, a perda de um emprego, separação de uma pessoa querida, ou seja, são lutos que vivenciamos ao logo de nossas vidas. Neste artigo iremos explorar o luto da morte.

O Luto é universal?

         Sim. Porém é vivido de formas diferentes, isso vai de acordo com as questões culturais de cada povo. Os rituais são muito diversificados. Também estão entrelaçados com as questões religiosas. Por isto, o luto vivenciado no Brasil, é bem diferente de outros países. Por exemplo, existem culturas que o luto é um rito de passagem comemorado por dias ou até semanas, no ocidente grande parte dos países adotam a cor preta para representar este período de luto. No entanto, países asiáticos com: China, Japão e Coreia, o luto é representado pela cor branca e como falei a questão ritualista é bem variada. Cada um com sua forma peculiar de despedida de seus mortos.

É possível fugir do luto?

         Não. Nós não podemos negar a morte, mas quando ela aparece ela é avassaladora. Ela é a cisão, a ruptura das estruturas de vínculos. A morte é enfrentar o irrevogável e o definitivo ato da final da existência deste ser neste plano.

Sobre luto e suas fases  por Elisabeth Kübler-Ross:

      Tomarei como base está maravilhosa escritora que fala sobre o luto. E não mencionar Kübler-Ross seria muito superficial de minha parte. Porque vejo na prática, seja na clínica ou em outros ambientes, as fases de Ross se fazendo presente nos momentos de luto. Serei bem resumido, caso tenham interesse existem livros que indico sobre este tema, como por exemplo : “Sobre a morte e o morrer”. Este é obrigatório. Bom, vamos voltar as fases ou os estágios do luto, que são cinco:

  • Negação
  • Raiva
  • Barganha
  • Depressão
  • Aceitação

Negação

       Está marcada como o primeiro estágio. Geralmente é quando recebemos a triste notícia. Esta fase aparece logo após a notícia sobre a morte. É como uma defesa natural da nossa mente diante de um impacto emocional tão grande. A negação é também uma forma de lidar com a situação.

Raiva

         Nesta fase a pessoa enlutada deixa de negar os acontecimentos, porém não admite. É bastante comum que nesta fase pessoas experimentem uma raiva blasfemática diante da perda. Esta fase seria repleta de ressentimentos, quase como de uma criança que sente raiva por ter sido deixada de lado.

Barganha

      Esta fase seguinte é constituída pela barganha. Questões de fé são muito frequentes nesta período. Há uma espécie de negociação com a fé. É bem comum em pacientes que já estão em seus últimos momentos aqui. É comum ter um forte apelo religioso, de que se pedir com fé, a perda será desfeita. Para isso, são feitas inúmeras promessas ao ser supremo de sua fé. Essa fase tende a ser um pouco desconhecida e ignorada, mas é frequentemente vista em pessoas em luto ou pacientes de doenças terminais.

Depressão

       A fase por seu próprio nome já é bem sugestiva. Diante da verdade, a pessoa tem uma queda emocional imensa  seguida de uma tristeza aguda e muitas vezes inicia-se um processo de isolamento, acompanhado de vários pensamentos negativos. Devido a este sentimento de tristeza, é bem comum o enlutado deixar de lembrar dos momentos felizes e mergulhar em uma saudade que vai machucando ao longo deste processo.

Aceitação

      Este é último estágio do doloroso percurso do luto. Nessa fase o enlutado começa a se reorganizar e admitir a realidade dos fatos. É ele quando começa a dar novos sentidos para sua dor. Vale salientar que, ele pode travar em uma das fases ou até mesmo ter um efeito bumerangue, voltando para fases anteriores.

Obs: No momento que este luto não é bem vivenciado ele pode vir a ter complicações, migrando para o que os especialistas chamam de luto “complicado” ou luto “mal elaborado”. Dessa forma, aumentam-se as possibilidades de adoecimento, ou seja, um luto patológico, trazendo outras complicações a pessoa.

O Luto é uma doença?

         Apesar de estarmos falando diretamente de uma enorme dor psicológica vale salientar que, o luto não é classificado como um transtorno mental ou doença.  Isto não quer dizer que, dispense cuidados por um profissional, muito pelo contrário é um momento que vai depender muito da resposta desta pessoa a tudo aquilo que ela está vivenciando e a forma de como ela está conseguindo superar este momento delicado.

           Muitas vezes uma psicoterapia pode ser um aliado incrível para esta pessoa. Tudo vai depender de seu comportamento e se ela está dando sinais de isolamento ou se o luto já está começando a interferir na sua vida pessoal. Alguns indicativos dá sinais que esta pessoa pode estar necessitando de ajuda. Sua rede de apoio deve ficar atenta. Vamos aos sinais:

  • Isolamento;
  • Insônia;
  • Irritabilidade / agressividade;
  • Medo de ficar sozinha;
  • Depressão.

 Estes são apenas alguns sinais. Por isto, é importante que familiares e amigos fiquem atentos. Caso notem alguns dos sinais acima, levem de imediato para um acompanhamento psicológico. Isso fará total diferença neste momento.

Como posso sair do Luto? E qual a duração do luto?

          É importante respeitar o tempo de cada um, está pessoa irá necessitar assimilar sua perda, chorar o que tiver de chorar! Chorar “SIM” e, por favor, não venham com essas palavras tipo: “Não chore!”, “Vai dar tudo certo!”. O enlutado tem todo direito de chorar, se você não pode chorar com ela, silencie e acolha. Aos poucos ela vai buscar seus recursos internos para deixar o sofrimento intenso. Como falei, cada um vai responder no seu tempo de luto. É importante um acompanhamento para que ela mesma comece uma elaboração, uma reestruturação emocional. Um acompanhamento por um profissional da psicologia ajudará bastante dando um novo sentido há várias questões.

       Não existe um tempo determinado de duração para o luto. A dor é uma coisa muito pessoal. Cada pessoa irá vivenciar de sua forma, na sua intensidade.Pode algumas semanas ou até alguns meses. Realmente vai depender de uma pessoa para outra.

Como amenizar tanta dor?

        Não existe uma receita de bolo pronta para um momento tão difícil como este. Porém, não comece dando uma dose extra de sofrimento se calando, uma coisa é o luto com a dor da perda e outra coisa é a perda com o ficar calado. Chore se quiser, fale sobre o assunto se você estiver afim, falar sobre irá ajudar. Você precisará de tempo, compreensão e muita empatia para elaborar um processo de perda e não é fácil de forma alguma. Permita que o enlutado conte várias vezes as mesmas histórias caso ela queira, porque ela precisa colocar para fora, assimilando o que aconteceu. Até que ela consiga transformar está dor em saudade.

Este é um assunto tão amplo e dinâmico, com tantas questões envolvidas que daria facilmente um artigo extenso. Porém, nosso intuito foi simplificar atendendo aos pedidos acerca deste tema, espero que possa ter ajudado de alguma forma e lembre-se: Respeito incondicional pela dor do próximo é fundamental! Como falei, a “Psicologia” poderá dar suporte importantíssimo para que esta pessoa consiga se ressignificar mais rápido e com maior segurança.

Márcio Santos – Psicólogo Clínico

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Depressão pós-parto: Você sabe o que é e suas causas?

Depressão pós-parto: Você sabe o que é e suas causas?

 Mas então o que é a depressão pós-parto?

Vamos entender um pouco sobre este assunto. O prefixo pós- significa “depois” e parto significa fenômenos mecânicos e fisiológicos que levam à expulsão do feto “gravidez”, de modo que o termo pós-parto se refere à época que ocorre após o nascimento do bebê. Geralmente, ele é considerado as semanas iniciais que vai de três a seis semanas após o parto.

Depressão Consiste em um estado físico e mental que a pessoa vivencia e se sente uma tristeza e uma falta de esperança seguido de uma apatia que não consegue realizar as atividades normais dentre outros sintomas.

Como o próprio nome diz é uma depressão que surge em algumas mulheres após dias, semanas até meses seguido do nascimento do bebê.

  • Na maioria dos casos estas mulheres sente uma tristeza com sentimento de infelicidade. Lembrem que estamos falando de uma possível patologia ou distúrbios para o momento pós-nascimento. Esta tristeza e melancolia que dura alguns dias e depois vai embora é muito comum e considerado normal. Chama-se “Melancolia pós-parto”.
  • A depressão pós-parto é uma alteração de humor, porém bem mais agravada que permanece por semanas ou meses, causando uma dificuldade na tomada diária de seus afazeres e até certa rejeição ao bebê.

Obs. Existe uma estatística que uma em cada dez mulheres podem a desenvolver a depressão pós-parto.

Quais são as causas da depressão pós-parto?

Falando não existe uma causa específica, pois o ser humano é complexo e os gatilhos podem ser multifatoriais, vamos citar alguns motivadores abaixo.

  • Os níveis hormonais desta mãe depois que o bebê nasce é um fator importantíssimo a ser observado.
  • Esta mamãe tem histórico ou uma relação com a depressão mesmo antes do nascimento do bebê?
  • Gestação conflituosa
  • Bebê foi desejado por esta mãe teve um planejamento para a vinda desse bebê
  • Está fazendo uso de algum medicamento psiquiátrico.
  • Falta de suporte familiar ou por parte do companheiro

Notem que listamos apenas algumas causas a lista de possibilidades de fatores desencadeadores é infinitamente maior.

Quais são os sinais da depressão pós-parto?

Segue alguns sinais ou sintomas que dá um indicativo emocional

  • Infelicidade e melancolia
  • Desolação
  • Choro
  • Humor com grandes variações para raiva e tristeza
  • Desinteresse pelo bebê
  • Palavras e gestos com agressividade.

Alguns indicativos físicos:

  • Apatia e cansaço intenso.
  • Alteração no sono ou excesso ou sono repartido até total ausência.
  • Sentir que não tem energia física se que para dar comida ao bebê.

Estes são alguns indicativos sintomáticos a lista também é muito maior.

E qual o momento de procurar ajuda profissional?

  • Quando esta mãe vivenciar uma tristeza e tiver dificuldade para realizar as atividades do dia a dia por mais de três semanas após o nascimento desta criança.
  • Comportamento de autoagressão e tentativa de agressão ao bebê.
  • Quando sua rede de apoio (Parentes, conjugue, amigos) perceberem que ela já não está dando conta de contornar a situação e necessita de uma atenção profissional.

Formas de enfrentamento da depressão pós-parto?

Como já falamos por se tratar na maioria das vezes de vários fatores o ideal é que esta mãe possa ser acompanhada por uma equipe multiprofissional dentre eles estão (Psicólogo que irá avaliar) todos os aspectos emocionais e psicológicos e dependendo da gravidade encaminhar para fazer um tratamento medicamentoso com utilização de antidepressivos que será ministrado por um psiquiatra, também um acompanhamento clínico observando questões hormonais.

  • Psicoterapia dará um suporte incrivelmente benéfico.
  • Acompanhamento clínico.

Obs. Temos também neste mesmo tema a psicose pós-parto. Vamos explorar em outro artigo.

O importante é não misturar puerpério que o corre pelo menos nos três primeiros meses do parto que é uma fase “normal”. Já a patologia que é Depressão pós-parto é bem diferente. Aqui falamos de forma bastante resumida sobre um adoecimento que requer bastante atenção. Por se tratar de um momento de grande fragilidade desta mãe e um possível risco a integridade deste bebê.  Vale salientar que esta pessoa necessitará de muita compreensão e ajuda e não é o momento de apontar falhas e defeitos. “A palavra de ordem é apoio incondicional”.

Por. Marcio Santos – Psicólogo Clínico CRP

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Quando a depressão bate à porta

Quando a depressão bate à porta

“Depressão” sobre o adoecimento e suas correlações na vida do ser humano.

       No momento atual que vivemos, é comum as pessoas apresentarem de modo geral uma preocupação voltada a patologia depressão e eu acho muito pertinente e cabível este cuidado. Porém, sempre tento lembrar e psicoeducar a diferença entre o sofrimento humano e a patologia. Sofrer não é bom, mas é normal, faz parte do nosso processo de amadurecimento.

Todos nós iremos passar por momentos de tristezas e perdas nas mais várias esferas de nossas vidas, que nos possibilitará aumentar nossas experiências e nossa resiliência frente aos problemas, aumentando nossa percepção, nossa capacidade de tomada de decisões e a forma de encarar o mundo.

Sobre o Sofrimento:

O sofrimento pode vir de várias formas exemplo: Sofrimento acompanhado de um término de um relacionamento, um desentendimento com um amigo ou familiar, a perca de um bem material, a vaga de emprego perdida, problemas com estado de saúde, enfim, são inúmeros motivos para sofrer, mas são sofrimentos momentâneos e até necessário para fazer você sair de uma situação desagradável. Já o transtorno depressivo, é algo mais complexo.

E o que é o transtorno Depressivo?

        Trata-se de uma doença que vai além da tristeza, refletindo emocionalmente e às vezes fisicamente. É sobre esta patologia que iremos falar de forma resumida. A depressão não escolhe classe social, não é predeterminada por idade, raça e nem tem data para se instalar na vida do ser humano.

Definição do DSM: Síndrome clínica caracterizada por humor deprimido, diferente de tristeza, e que envolve, principalmente, a perda de vontade, prazer e satisfação.

Só existe uma forma de Depressão?

É importante também entendermos que existem diferentes tipos de depressão, tais como: Depressão maior ou grave, Distimia Sazonal, Bipolar, Pós-parto, Reativa, Atípica e Psicótica. Todas essas patologias possuem suas características e iremos conhecê-las em outros artigos. Também é bom salientar o estágio ou grau da depressão.

O que os órgãos mundiais de saúde falam sobre esta patologia?

          Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) pressupõe que, até 2025 a depressão será a doença do século, causando milhões de afastamentos da vida laboral dos trabalhadores em todas as esferas e níveis hierárquicos.

Atualmente mais de 180 milhões de pessoas no mundo são acometidas com a depressão. Só aqui no Brasil temos um número estimado que ultrapassa 20 milhões de pessoas com algum tipo de depressão e às projeções é de aumento exponencial de casos devido a forma de vida da sociedade atual, isto se dá por razões multifatoriais que vão de causas sociais, políticas, econômicas, traumas coletivos e etc.

Como a Depressão surge na vida das pessoas?

        Como já falamos são vários fatores que podem manifestar a Depressão. Isso também nos mostra que, pessoas bem-sucedidas em suas carreiras ou profissões estão expostas a este adoecimento, ou seja, sempre existirá gatilhos que poderá gerar este quadro depressivo. Muitas vezes a pessoa adoecida não consegue acessar e nem identificar a origem ou os fatores que estão correlacionados a este processo de adoecimento. Os dados mostram que por ano mais de 850 mil pessoas morrem em consequência da depressão.

O que pode agravar o quadro Depressivo? E quais os tratamentos frente a depressão?

       É importante compreendermos que quando os sintomas estão causando impacto significativo no convívio social, no trabalho ou outras áreas. Sua rede de apoio tem que ficar muito atenta aos sinais, vamos citar algum exemplo: Humor deprimido na maior parte do dia, sentir-se sem valor ou com culpa excessiva, mostrar estar sem energia para atividades, vontade de estar isolado o tempo todo, pensamentos recorrentes sobre morte, pensamentos suicidas sem um plano, tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio. Dentre tantos outros sintomas.

Quais os fatores que dificultam o tratamento e como posso cuidar da depressão?  

        Um dos fatores que influencia muito é a falta de informação e a ausência do autoconhecimento estes são fatores que dificultam o tratamento desta patologia, aumentando assim os riscos de agravamento em virtude da depressão. Outro fator importante social é vencer o preconceito. Ele influencia esta pessoa adoecida limitando e inibindo a sua busca por um profissional na área de saúde mental. Hoje é cada vez maior a procura por ajuda do psicólogo e psiquiatra, entendendo que estes profissionais podem facilitar a melhoria da qualidade de vida. Portanto, percebe-se que, o acompanhamento com um profissional de psicologia é fundamental para entender e observar a demanda e a necessidade de tratamentos multidisciplinares, ou seja, dependendo do caso, e grau da depressão o tratamento será complementado com o tratamento medicamentoso para maior eficácia e restabelecimento da saúde deste paciente.

É extremamente importante o acompanhamento psicológico. Desta maneira o psicólogo observará o paciente em sua totalidade, respeitando sua singularidade e entendendo seus limites.

Por Márcio Santos -Psicólogo clínico

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